As Águas de Maio Sobre o Mato Grosso
Chegamos ao fim do quinto mês do ano e os dados da economia ainda continuam alarmantes a nível nacional, situação que não difere muito das situações estaduais e que em alguns casos está em situação mais preocupante. Os dados divulgados em Maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram como o Mato Grosso vem se comportando diante das dificuldades apresentadas por essa crise.
A Pnad Contínua, que demonstra a taxa de desocupação e revela além disso indiretamente a perca de renda, de poder de compra e de independência financeira das famílias, divulgada no dia 19, apontou que Mato Grosso registrou 148 mil desempregados no primeiro trimestre deste ano. Isto representa uma taxa de desocupação de 9,1%, explicitando um aumento de 3,4% em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2015. Se fizermos uma análise horizontal desse dado podemos claramente ver a evolução desse dado, a taxa de desemprego era de 5,7% (92 mil pessoas), no último trimestre do ano passado, agora, este número sofreu aumento e passou para 9,1% (148 mil pessoas), no primeiro trimestre de 2016. Como é comum em um cenário de crise onde há redução na demanda por postos de trabalho e aumento da oferta de mão de obra, houve uma redução no salário médio do mato-grossense também, em relação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 2.004 para R$ 1.930.
Mato Grosso hoje possui 1,48 milhão de pessoas com emprego, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura que são responsáveis por 237 mil empregos. Os mesmos só ficam atrás dos setores de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 304 mil, já construção foi um dos que tiveram a maior redução (16,7%), passando de 158 mil empregos no último trimestre de 2015 para 132 mil de janeiro a março de 2016. Por outro lado, algumas economias regionais começam a demonstrar a sua força, como é o caso de Barra do Bugres (saldo de 325 vagas), Sinop (saldo de 250 vagas), Rondonópolis (saldo de 150 vagas), Campo Verde (saldo de 92 vagas), Lucas do Rio Verde (saldo de 68 vagas). Enquanto a taxa de desemprego em Cuiabá é maior que a média nacional.
No caso especifico de Rondonópolis, a segunda maior economia do estado, a diversificação da economia local é o principal fator que levou ao primeiro saldo positivo desde junho de 2015 nas contratações. O setor que mais destacou nos resultados foi o industrial, até então um dos que mais vinha demitindo, com saldo de 196 empregos, O segundo setor com melhor resultado foi a construção civil, com um saldo de 90 empregos, diferentemente do apresentado a nível estadual. Na sequência, aparece o serviço industrial de utilidade pública, que teve um saldo de 38 empregos, por outro lado, o setor de serviços, comercio e agricultura, motores da economia no estado, contabilizaram saldo negativo em abril, com 60 vagas, 70 vagas e 39 vagas fechadas respectivamente.
Contudo, a taxa de desemprego em Mato Grosso é menor do que a do país, demonstrando que além da força que o estado tem na economia, as suas cidades estão reagindo bem ao revés de crise, principalmente aquelas que possuem a economia mais diversificada e menos dependente de setores específicos. Com as novas medidas tomadas para retomar o crescimento espera-se uma melhora ainda mais acentuada nos dados do estado.
Por Alysson Ribas